segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bonito - Mato Grosso do Sul


Alguns lugares recebem o nome que merecem. E Bonito, no Mato Grosso do Sul, é um deles. Neste mês de setembro eu e meu maridão visitamos este cantinho pela terceira vez. Não somos muito adeptos da ideia de ir sempre para o mesmo lugar, bem porque gostamos de desbravar novos destinos e conhecer coisas novas, mas tem alguns lugares que merecem uma segunda, uma terceira ou até mais visitas.


Para chegar a Bonito é possível descer no aeródromo da cidade, mas as passagens são mais caras e são poucas as companhias que levam para lá. Descendo no aeroporto de Campo Grande ainda é preciso dirigir mais 3 horas e meia até destino final. Paciência, vai valer a pena. O bom é que o carro alugado vai ajudar no deslocamento do hotel até os passeios, que nem sempre estão perto do centro de Bonito. Apesar de ser a cidade mais conhecida da região, muitas atrações estão em cidades vizinhas.

Os três passeios que mais gosto de fazer (e que acabo repetindo todas as vezes que vou para lá) ficam em outras cidades. Boca da Onça, que une caminhada e cachoeiras, fica em Bodoquena, a aproximadamente 60km do centro de Bonito. Localizados na cidade de Jardim, também a uns 54km (porém no outro sentido), estão outros dois passeios imperdíveis, a Flutuação no Rio da Prata, onde nadamos ao lado peixes e nos sentindo dentro de um imenso aquário, e o Buraco das Araras, uma dolina com 124 metros de profundidade e 160 metros de diâmetro, onde moram inúmeras araras-vermelhas. O espetáculo das aves nesta cratera de arenito é algo indescritível.






Quando a viagem permite, preferimos não depender de agências e escolhemos na hora nossos passeios com mais independência. Porém, em Bonito todas as atrações precisam ser acompanhadas por guias locais e acaba sendo mais simples comprar os passeios em uma das inúmeras agências da cidade. Não sei se tem mais opção de passeio pra comprar em agência ou mais opção de agência pra vender passeio, mas o que importa é ter opção.

Bom, agora quer saber se Bonito foi feita pra você? Vamos lá: Você gosta de entrar naquela água gelada (congelante) de cachoeira porque sabe que ela vai recarregar suas energias? Assim que coloca o pé pra fora do chalé você já está procurando animaizinhos para ver e fotografar Você sabe que aquela trilha no meio do mato vai ser cansativa, mas encara porque tem certeza que vai valer a pena? Você não se importa se não tem muita opção de restaurante na cidade, porque o importante é terminar o dia com uma cervejinha ou uma caipirinha? Se as respostas foram na maioria sim, pode fazer as malas. Bonito te espera!!!












terça-feira, 4 de junho de 2013

Monte Alegre do Sul - SP - Brasil

Eu sempre acreditei que o sucesso de uma viagem depende do nosso estado de espírito quando chegamos em nosso destino. Explico: não é incomum alguém nos indicar uma viagem que foi muito especial para ela e, quando chegamos no lugar, nada nos parece tão especial assim. O contrário também acontece, quando nos apaixonamos por um cantinho que nem todos acharam tão interessante. Em minha opinião, o que acontece é que podemos estar no Tahiti, num luxuoso bangalô sobre as águas cor de esmeralda, mas sentindo um vazio... ao passo que muitas vezes nosso astral está tão alto que um pousadinha em Araçoiaba da Serra pode parecer o paraiso.
Monte Alegre do Sul para mim é mais ou menos isso, um lugarzinho simples, mas que me cativou desde a primeira vez em que lá estivemos. Faz 12 anos que fomos lá pela primeira vez. Eu e meu marido para uma das nossas primeiras viagens "enfim sós"... e a bordo de nossa primeira motocicleta. Procurávamos um lugar não muito longe de casa e tranquilo. E achamos Monte Alegre do Sul. E estava ai a magia. O fato de nos sentirmos aventureiros por viajarmos sozinhos de moto com apenas duas pequenas mochilas fez aquela cidadezinha paulista se tornar um encantador destino. Nos lembramos até hoje com saudades daqueles dias que passamos no chalé número 1 de uma pousadinha de fazenda. Uma das atrações que nos trazem boas lembranças foi uma tarde jogando baralho na sacada comendo salgadinho Elma Chips. Interessantíssimo, né? Bom, voltamos para lá mais quatro vezes. A última foi neste feriado de Corpus Christi. Precisávamos relaxar. Nosso destino, então, estava traçado. A primeira pergunta que fiz ao telefonar para a pousada foi: "o chalé 1 está vago?" E estava. Eba!!!


Localizada na Serra da Mantiqueira, entre vales e montanhas, a cidade é pequena, mas bastante charmosa. Assim como suas irmãs mais famosas, Serra Negra e Águas de Lindóia, faz parte do Circuito das Águas Paulista, com diversas fontes de água espalhadas pela cidade e um balneário. Também tem cachoeiras, sorveteria, um café aconchegante (Café Bar Grão), uma ingrejinha, pracinha com coreto, uma locomotiva de 1910 restaurada e alguns restaurantes, inclusive um bem legal que serve pratos deliciosos, o Bar da Fonte, onde há também um ateliê e um alambique. Ah, por falar em alambique, a região é conhecida por produzir cachaça e vinho. O vinho deixa um pouco a desejar, mas a cachaça eu recomendo. Mas o que torna Monte Alegre do Sul mais encantadora é o fato de estar rodeada por morros... num deles tem até um Cristo de braços abertos.

No mesmo feriado estava acontecendo em Águas de Lindóia o Encontro Paulista de Autos Antigos, já em sua 18a edição. Lógico que foi um motivo a mais para tornar o passeio ainda mais divertido. Bom, este fato pode gerar controvérsias. Por conta do evento, que já se tornou grande atração em nosso país (apareceu até no Jornal Nacional), a cidade de Águas de Lindóia e Serra Negra ficaram lotadas. Esta última só contou com minha breve presença porque eu 'precisava' comprar fios de ovos. E em meio às lojinhas de roupa que invadiram a cidade (está mais parecendo Monte Sião) ainda existem poucas mercearias com doces deliciosos. Chegamos, paramos, compramos e saimos. O que não se faz por um vidro de fios de ovos.
Enfim, Monte Alegre do Sul é um lugar especial para mim. E quem sabe você também não se apaixona por esta calma e pacata cidadezinha e ela não se torna especial para você também.









terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Szolnok - Hungria

Neste post vamos sair dos EUA e ir para um cantinho localizado na Europa Central, em uma pequena cidade húngara chamada Szolnok. O nome é estranho, mas mais estranho foi descobrir com apenas uma semana de antecedência que nós iríamos morar nesta cidade por quatro meses. Sim, era março de 2012 e nós havíamos chegado aos Estados Unidos fazia apenas um mês. Quando deixamos o Brasil nós sabíamos que passaríamos algum tempo na Hungria, graças ao projeto da empresa, mas não sabíamos que seria tão cedo e muito menos que saberíamos disso apenas uma semana antes do embarque.
O susto foi grande porque mal tínhamos nos acostumado com a nova casa, nossas coisas estavam em algum lugar no meio do oceano e nós havíamos trazido nossas duas cachorras conosco. Quando recebi a notícia compreendi pela primeira vez  o real significado da expressão "jogar a vida para o alto". Senti, sem exagero, como se minha vida estivesse suspensa no ar, em várias partes, num enorme quebra-cabeça que nunca mais teria suas peças reunidas novamente.
Mas quem está na chuva é para se molhar, não é? Uma semana depois, estávamos voando rumo a Szolnoknosso novo lar. Bem, não sei se posso chamar de lar um quarto de hotel com quarto, sala, banheiro e um microondas. Ou seja, o  máximo que conseguíamos cozinhar para evitar os cardápios cheios de fritura eram as sopas instantâneas e os sanduiches. Bom, mas justiça seja feita, os vinhos da região, os famosos Tokaji, e os deliciosos queijos europeus nos faziam achar aquele quarto de hotel até bem simpático.
A cidade de Szolnok, apesar de estar na Europa, não tem o glamour de Paris nem os monumento milenares de Roma, mas tem seu encanto. Salpicam aqui e ali igrejas, parques, museus e termas. O rio Tisza, que corta a cidade, carrega em suas água canoas, barcos e caiaques e empresta suas margens aos dominicais piqueniques.
O húngaro (magyar) é uma língua difícil e confusa, repleta de ditongos, consoantes e acentos (para se ter uma ideia, além da já estranha trema, eles usam uma outra trema mais cumpridinha... coisa que eu nem sabia que existia). Nas lojas e mercados ninguém fala inglês. Ser compreendido por algo mais do que mímicas era luxo restrito apenas aos hotéis e a alguns restaurantes. Mas o que faz de Szolnok realmente uma cidade especial é a sua localização. Encravada no meio da Europa ela nos possibilitou visitas a Budapeste (localizada a apenas 100 km), Eslováquia e Praga. Bom, mas estes são assuntos para outros  posts.
Em tempo, no final das contas após um mês de "hotel não tão doce lar" o projeto foi interrompido e nós retornamos aos Estados Unidos. Prontos para recomeçar mais uma vez o nosso recomeço.









segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Traverse City - MI

Nem todas as viagens revelam os encantos que esperamos ver revelados, mas revelam outros. Na sexta-feira passada partimos, debaixo de neve mesmo, para Traverse City, uma simpática cidade bem na parte de cima de Michigan (fazendo uma alusão à palma da mão direita de novo... eles adoram fazer isso... está bem entre o dedo anelar e o mindinho). Na hora de decidirmos pelo carro que iria nos levar até nosso destino, uma vinícola na região de Old Mission Peninsula, uma dúvida: vamos com o esportivo que tem espaço para a mala e é mais confortável ou com a caminhonete velha que é 4x4 mas não está com o freio muito confiável? A opção foi pela primeira. E lá fomos nós. Depois de alguns momentos um pouco tensos pelo caminho, enfim chegamos. O hotel é bem legal e fica dentro da vinícola. Por todos os lados podíamos ver as videiras, todas secas e rodeadas por muita neve, mas mesmo assim o cenário era muito bonito e inesperado.





No dia seguinte, a primeira decepção. Logo após o café da manhã um problema num projeto da empresa fez com que ficássemos a manhã inteira no quarto do hotel, enfim, perdemos o primeiro tour pela vinícola que começava às 12h. Fiquei meio frustrada, mas compreendi e fiquei ouvindo minhas músicas do Chico e assistindo minha novela (sim, eu vejo, sem perder um só capítulo, a novela das 6 pela internet e adoro).
Depois fomos almoçar no centro e conhecer um pouquinho da cidade. Ao retornarmos ao hotel fizemos o tasting, uma degustação de seis vinhos produzidos por eles.Bem legal.
Mas na verdade eu estava mesmo ansiosa para fazer um passeio que eu tinha visto na internet, o tubing. Explico. Parece mais uma atividade para criança, eu acho, mas quem disse que não sou? Você se senta numa espécie de boia e desce o barranco de neve. Pareceu mais seguro e divertido do que esquiar e acabar mais no chão do que em pé. Não é o máximo? Seria, se o carro subisse a estrada íngreme e cheia de neve que levava ao passeio. Resultado, segunda frustração. Não fiz o passeio de criança. E confesso que emburrei... feito criança.
Mas logo ficou tudo bem porque, afinal de contas, estavámos passeando, jogando conversa fora, tomando vinho...E por falar em vinho, ganhamos uma garrafa por dia no quarto e compramos mais seis pra trazer.



Depois escolhemos um restaurante para jantarmos, o Old Mission Tavern, onde comemos um delicioso peixe com crosta de amêndoas... hummm. Mas antes de irmos jantar vi que bem no finalzinho da península havia um parque com um farol, o Old Mission State Park. Decidimos visitá-lo antes de irmos ao restaurante.
Chegando lá, um imenso tapete branco de neve se desenrolava até o Lago Michigan. E logo ali, refletindo no lago, estava ela, a lua. Linda, enorme, majestosa. Travestida de sol, sua cor era alaranjada.


Neste momento as decepções não contavam mais. Estava ali o meu encanto. Senti como se a natureza tivesse guardado aquela surpresa para mim. Então eu corri. Corri por aquela neve fofa feito alucinada. Corri porque sabia que quando a lua desponta no firmamento bastam poucos minutos para ela ganhar altura e perder tamanho e perder a cor. A neve chegava a cobrir minhas botas e a respiração me faltava, mas ela estava ali e eu tinha que chegar ao lago enquanto ela ainda estivesse vestida de sol. Chegando lá, outra moça fotografava calmente com seu tripé. Mas sem tripé nem nada eu a fotografei diversas vezes até ela subir, subir, subir. Voltei com o coração aos pulos. E nele não cabia mais tristeza, somente deslumbramento.



Quando chequei ao hotel, ela ainda estava lá, bem no alto. E,desta vez, com o tripé em mãos, eu novamente a fotografei e a agradeci. No final de tudo o Nê disse que ele havia contratado a lua para aperecer daquele jeito naquela noite para compensar os planos desfeitos. Sorte, acaso, contrato, conspiração, não sei, o que eu sei é que a vida é cheia de surpresas e encantos. Que mesmo quando não encontramos exatamente aquilo que esperamos, haverá outros encantos. Porque a vida é assim, imprevisível.



terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mackinac Island - MI


Ainda em Michigan, conheça Mackinac Island, uma ilha que me encantou em junho de 2012. Localizada no Lago Huron, não muito longe da Lower Peninsula (parte do Estado de Michigan que lembra a palma da mão direita), a ilha foi listada como National Historic Landmark em 1960. Motivos não faltam para isso. 




Assim que pisam em terra firme, os visitantes sentem-se saindo de uma máquina do tempo. Com sua arquitetura no estilo vitoriano e suas charmosas charretes, Mackinac proporciona uma deliciosa viagem ao passado. É isso mesmo, charretes, um dos poucos meios de transporte desta ilha, que não permite a entrada de automóveis. Passear por ela somente à cavalo, charrete, bicicleta e à pé. E quem quiser pode alugar bicicletas duplas e arriscar pedaladas a dois. Nós alugamos e foi muito divertido.




Dar a volta na ilha, parando para um piquenique, é um passeio simples e delicioso. A circunferência da ilha tem 13 km e lindas paisagens podem ser vistas por todo o perímetro, como o belíssimo Arch Rock, uma formação geológica resultante da erosão causada durante milhares de anos pelo vento e pela água.




A experiência pode ficar ainda mais completa e bem mais doce se você provar o típico fudge, que merece até festival todo mês de agosto. Há lojas que produzem o dulcíssimo fudge há mais de um século. É realmente doce (até para uma formiga como eu), mas vale a pena experimentar.




Para quem gosta de golf, uma tarde em um dos campos da ilha pode ser uma boa opção de lazer. Você pode visitar também o Fort Mackinac (foto abaixo), a Butterfly House e galerias de arte. Ah, você pode se casar em Mackinac também. A ilha atrai muitos casais que selam seus compromissos e fazem juras de amor eterno às margens do Lake Huron. 





O clima de romance talvez seja alimentado pelo fato do filme ‘Em Algum Lugar do Passado’ (Somewhere in Time - 1980) ter sido filmado lá. O Grand Hotel, palco deste romance cobra até entrada para aqueles que querem se sentir parte da película ou procurar o famoso quadro pelas paredes do local. Eu fui uma destas pessoas, claro. O quadro do filme eu não encontrei, mas algumas fotos e esta gravura já valeram a entrada.




Para chegar a Mackinac você precisa pegar um ferryboat em Mackinac City ou Saint Ignace. Pequenas aeronaves também levam os turistas à ilha. E para os mais aventureiros, no inverno, quando o lago congela (por mais incrível que possa parecer um lago de quase 60 mil km2 congelar) há quem atravesse de snowmobille ou a pé.  Quer arriscar?

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Eis o meu canto

Se este blog é para falar sobre os cantos pelos quais passei e ainda passarei, porque não começar pelo cantinho onde hoje me escondo? Pois bem, meu canto atual é Orion Township, em Michigan, USA. Uma cidade com aproximadamente 35 mil habitantes, espalhados em uma área de 90 km2. Para aqueles que na terra do Tio Sam só conhecem Los Angeles e Nova York pode ser meio difícil de acreditar que eu realmente esteja nos  Estados Unidos. Quer entender o que estou falando? Vamos aos números: Nova York - mais de 8 milhões de habitantes em pouco mais de 780 km2. Entendeu agora?
Mas não pense que a pouca densidade demográfica faz dela uma cidadezinha pacata. Há carros pela rua sim (às vezes mais do que eu gostaria), há pessoas em todos os lugares, há tecnologia e lojas por todos os lados. O povo aqui é muito simpático e atencioso. E não falo apenas dos atendentes de loja que obrigatoriamente distribuem seus sorrisos e "how are you doing" aos possíveis compradores. E por falar nisso, como há compradores. Os Estados Unidos são realmente um país de consumistas. As garagens cheias de cacarecos que ocupam os lugares que deveriam ser dos carros são prova disso.
Mas o que a torna, a meus olhos, uma cidade interessante é a sua natureza. Ah, a natureza.
Conhecido como a região dos Grandes Lagos, o Estado do Michigan colabora, e muito, para que aquela aula de geografia que dizia que mais de 70% do nosso Planeta Terra é formado por água, seja crível. Por aqui há muitos lagos que parecem até oceanos de tão imensos. Embora Orion Township não beire nenhum dos três Grandes Lagos (Michigan, Huron e Erie), a cidade nos presenteia com várias pequenas versões espalhadas por toda parte, onde se banham gaivotas, gansos californianos e cisnes.






Em outros posts mostrarei um pouco mais desta natureza que tanto me encanta nesta região dos Estados Unidos. Tomara que você se encante também.




Meu primeiro post

Enfim, um blog. Como jornalista, já era quase inadmissível não ter um bloguezinho que fosse. Me defendo: sentia sempre a falta de um motivo que o justificasse. Achei um ótimo motivo: deu vontade e pronto. Porém, só a vontade não bastava. Então, me convenci de que postar alguns textos e fotos de lugares interessantes pelos quais passei seria um bom motivo para manter estas mal digitadas linhas... Então, pronto. Agora eu tenho um motivo para ter um blog. Só falta achar quem tenha motivos para segui-lo...rsrsrs.