segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Traverse City - MI

Nem todas as viagens revelam os encantos que esperamos ver revelados, mas revelam outros. Na sexta-feira passada partimos, debaixo de neve mesmo, para Traverse City, uma simpática cidade bem na parte de cima de Michigan (fazendo uma alusão à palma da mão direita de novo... eles adoram fazer isso... está bem entre o dedo anelar e o mindinho). Na hora de decidirmos pelo carro que iria nos levar até nosso destino, uma vinícola na região de Old Mission Peninsula, uma dúvida: vamos com o esportivo que tem espaço para a mala e é mais confortável ou com a caminhonete velha que é 4x4 mas não está com o freio muito confiável? A opção foi pela primeira. E lá fomos nós. Depois de alguns momentos um pouco tensos pelo caminho, enfim chegamos. O hotel é bem legal e fica dentro da vinícola. Por todos os lados podíamos ver as videiras, todas secas e rodeadas por muita neve, mas mesmo assim o cenário era muito bonito e inesperado.





No dia seguinte, a primeira decepção. Logo após o café da manhã um problema num projeto da empresa fez com que ficássemos a manhã inteira no quarto do hotel, enfim, perdemos o primeiro tour pela vinícola que começava às 12h. Fiquei meio frustrada, mas compreendi e fiquei ouvindo minhas músicas do Chico e assistindo minha novela (sim, eu vejo, sem perder um só capítulo, a novela das 6 pela internet e adoro).
Depois fomos almoçar no centro e conhecer um pouquinho da cidade. Ao retornarmos ao hotel fizemos o tasting, uma degustação de seis vinhos produzidos por eles.Bem legal.
Mas na verdade eu estava mesmo ansiosa para fazer um passeio que eu tinha visto na internet, o tubing. Explico. Parece mais uma atividade para criança, eu acho, mas quem disse que não sou? Você se senta numa espécie de boia e desce o barranco de neve. Pareceu mais seguro e divertido do que esquiar e acabar mais no chão do que em pé. Não é o máximo? Seria, se o carro subisse a estrada íngreme e cheia de neve que levava ao passeio. Resultado, segunda frustração. Não fiz o passeio de criança. E confesso que emburrei... feito criança.
Mas logo ficou tudo bem porque, afinal de contas, estavámos passeando, jogando conversa fora, tomando vinho...E por falar em vinho, ganhamos uma garrafa por dia no quarto e compramos mais seis pra trazer.



Depois escolhemos um restaurante para jantarmos, o Old Mission Tavern, onde comemos um delicioso peixe com crosta de amêndoas... hummm. Mas antes de irmos jantar vi que bem no finalzinho da península havia um parque com um farol, o Old Mission State Park. Decidimos visitá-lo antes de irmos ao restaurante.
Chegando lá, um imenso tapete branco de neve se desenrolava até o Lago Michigan. E logo ali, refletindo no lago, estava ela, a lua. Linda, enorme, majestosa. Travestida de sol, sua cor era alaranjada.


Neste momento as decepções não contavam mais. Estava ali o meu encanto. Senti como se a natureza tivesse guardado aquela surpresa para mim. Então eu corri. Corri por aquela neve fofa feito alucinada. Corri porque sabia que quando a lua desponta no firmamento bastam poucos minutos para ela ganhar altura e perder tamanho e perder a cor. A neve chegava a cobrir minhas botas e a respiração me faltava, mas ela estava ali e eu tinha que chegar ao lago enquanto ela ainda estivesse vestida de sol. Chegando lá, outra moça fotografava calmente com seu tripé. Mas sem tripé nem nada eu a fotografei diversas vezes até ela subir, subir, subir. Voltei com o coração aos pulos. E nele não cabia mais tristeza, somente deslumbramento.



Quando chequei ao hotel, ela ainda estava lá, bem no alto. E,desta vez, com o tripé em mãos, eu novamente a fotografei e a agradeci. No final de tudo o Nê disse que ele havia contratado a lua para aperecer daquele jeito naquela noite para compensar os planos desfeitos. Sorte, acaso, contrato, conspiração, não sei, o que eu sei é que a vida é cheia de surpresas e encantos. Que mesmo quando não encontramos exatamente aquilo que esperamos, haverá outros encantos. Porque a vida é assim, imprevisível.



3 comentários:

  1. Lindo Fifi, confesso que até senti, em sua narrativa, o frio da neve, o encantamento da lua alaranjada e o prazer da degustação dos vinhos. Quanto ao skybunda no gêlo,fica para uma outra oportunidade que certamente vc terá.

    Beijão do Papi e da Irê

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    1. Meus amores, quem sabe assim, trocando sensações, não nos sentimos um pouquinho mais perto... Saudades demais. Bjs. Fifi.

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